Em dezembro de 2019, a pandemia da COVID-19 começou. Três meses mais tarde, com o número total de mortos em rápido crescimento, o mundo entrou em confinamento.
Os governos introduziram restrições de viagens, horários de recolher obrigatórios e distanciamento social. Em apenas alguns dias, também as salas de aula foram encerradas. A maioria dos alunos foi enviada para casa com uma dúvida que ainda no dia de hoje carece de resposta: “Como irão os alunos continuar a receber uma educação sem estarem fisicamente presentes na escola?”
Num estudo encomendado pela University and College Union (Sindicato do Ensino Superior do Reino Unido) com o intuito de avaliar o impacto financeiro da pandemia nas universidades do Reino Unido, estima-se que as perdas em propinas e bolsas de estudo tenham sido de 2 470 milhões de libras. A combinação do efeito da retração da economia com a taxa de adiamento devida à incerteza causada pela pandemia irá fazer com que menos 232 000 alunos se inscrevam no ensino superior para o ano de 2020/21, o que representa uma descida de 24% em relação aos números de 2018/19.
Existem cinco questões-chave que se apresentam aos alunos e às faculdades no setor global da Educação Superior:
- Implementar medidas que reduzam a propagação do coronavírus
- Garantir a saúde e a segurança de todos os alunos e funcionários
- Proporcionar a continuidade da educação e ensino aos alunos atuais
- Atenuar o impacto das perdas financeiras para o alunos e funcionários atuais
- Desenvolver um plano operacional que apoie um “regresso ao campus”
O impacto da pandemia da COVID-19 é vasto e impessoal quando falamos sobre perdas económicas a uma escala nacional. No entanto, a análise de casos individuais de alunos torna-se verdadeiramente pessoal e angustiante. Por exemplo, alunos internacionais impedidos de regressar a casa, alunos que perderam os seus empregos e não conseguem continuar a suportar os custos da educação e também alunos que vêm de agregados familiares de baixo rendimento e que não têm acesso adequado a um computador. É angustiante ver colegas desempregados ou em espera porque o financiamento congelou.
Sabemos que o esquema de lay-off continuou até outubro de 2021 no Reino Unido, mas, para além disso, mantém-se um alto grau de incerteza em relação ao estado do financiamento da investigação fora das áreas das ciências da vida e da tecnologia. Não são apenas os alunos e o corpo docente que esperam por um raio de esperança, mas sim as centenas de milhares de funcionários empregados direta ou indiretamente pelo setor.
Estas questões-chave não são exclusivas das universidades do Reino Unido; devem certamente aplicar-se a faculdades, escolas, academias e centros de aprendizagem para adultos por esse mundo fora. O que sabemos é que, à data em que este artigo foi redigido (maio de 2021), os campus e as salas de aula físicos permanecem fechados e provavelmente assim continuarão até que seja dada uma orientação clara de como se proceder na prática ao ensino com distanciamento social.
Apesar das restrições estarem a ser aliviadas alinhadas com as quedas na taxa de infeção, é improvável que vejamos um regresso às condições “normais” das salas de aula antes do início do próximo ano letivo. Continuaremos a ver todas as escolas por este mundo fora a enveredar mais e mais no mundo do e-learning; se é implementado com sucesso ou não será de facto um novo desafio que iremos explorar.
Não se esqueça de ouvir o podcast LSDM Leaders Programme para obter uma análise mais aprofundada à forma como a pandemia está a afetar o nosso “regresso à normalidade” no mundo do Design e do Marketing.